Berço de Ouro
- Simone Komatsu
- 5 de fev.
- 4 min de leitura
Oooooooi!!
Tudo bem?

Tava com os pensmentos pipocando no UBER por esses dias, na verdade, o insight começou antes e eu meio que não escrevi nada. Mas quando é algo que eu tenho que colocar pra fora dos meus pensamentos, o insight fica gritando e chegou a hora de expor aqui.
Bom, sim, estou sem carro de novo, ou seria ainda? Aff, nem vou falar mais nada sobre isso. hahahahahhah já cansei e não quero te cansar com isso também. Pior que novela mexicana!

Tá, então, comecei a pensar sobre privilégios, e o quanto desses privilégios levam a gente aescolher nossos caminhos, sejam eles prósperos ou nem tanto assim ou uma cagada do tamanho de um bonde (aqui, a cagada não é no bom sentido).
Quando a gente fala em berço de ouro, "aquela pessoa nasceu em berço de ouro", a gente sempre imagina que a família tem bens incalculáveis, conta bancária bem recheada, sem perrengues com relação a grana e a vida financeira em si.
Mas será que o berço de ouro engloba *somente isso?
*o somente não quer dizer que eu não dou atenção a essa parte, tá? É que eu acho que envolvem outras coisas, que eu vou escrever abaixo.

Começou a passar uma novela sobre isso nos meus lobos direito e esquerdo do meu cérebro. Lembrei dos meus tempos de escola, onde comecei meus estudos e onde terminei.
Eu já te falei que eu morava em um sítio? Ahaha sim, eu morei em um sítio por 13 anos!!
Maior caipira, mas nem aos pés da Maria Chiquinha haahahah não vivia no mato, mas vivia andando de bicicleta pelas estradas de terra e vivia suja de lama!
Tinha uma escola no "condado" (lógico que não era um Condado onde eu morava, mas eu quero dar mais emoção pro texto), uma única escola, de 1a a 4a série que, hoje, acho que é o chamado ensino fundamental.
Nos dois primeiros anos, eu estudava a tarde, e nos dois últimos, estudei de manhã.
Conhecia todo mundo da escola, porque todos moravam por aquelas redondezas. Lembro que no primeiro dia, eu fiquei entediada. Eu tinha 6 anos de idade e meus pais já tinham me ensinado a ler. Se não me engano, eu aprendi a ler com 5 anos de idade e aos 6 eu já sabia ver as horas em um relógio analógico.
Aí, no primeiro dia de aula, a professora Lucy passou lição pra gente. A gente tinha que fazer risquinhos, círculos, quadrados e várias outras formas várias vezes no caderno. Hoje, eu entendo que, talvez, ela quisesse ver como era a nossa coordenação. Mas, olha.. foi chato demais! Voltei pra casa revoltada. Um toco de gente chegando em casa revoltada porque não leu um livro e não escreveu nada no caderno!

Estudei em escola pública até a 7a série. Amigas professoras, esse é o fundamental 2 de agora? Aff, me perdi! ahahahahah
A partir da 8a série, estudei em um colégio particular. Meu, a transição foi foda! Nuuussa! Que difícil que foi! Eu nunca fui aluna nota 10. Eu ficava na média mesmo! Tipo, pra passar de ano, sabe? E consegui o feito! hahahahahaha Passei de ano, sem pegar nenhuma recuperação! UFA! UUUUUUFA!
E aí, veio a faculdade, que também foi particular.
Não! Não tô me gabando aqui não. É que pra chegar onde eu quero, pra fazer sentido com o título desse texto, eu precisava dessa estória toda, e que foi bem resumida! ahahahh Se não, teria parte 2, parte 3 e assim por diante.
Bem, tive o privilégio de estudar em escolas boas? Tive! Foi fácil? Acredito que pros meus pais, não! Depois que saímos do Condado e viemos pra Civilização, eu e meu irmão começamos a estudar em colégio particular. Nossos pais, que sempre ralaram pra caramba e passaram por perrengues bem ruins quando a gente era criança, trabalharam mais ainda no comércio que eles começaram aqui. Sem experiência no quesito de atendimento ao público, de jogo de cintura pra atender os clientes que sentiam uma certa desconfiança por não saberem de nada dos novos donos da quitanda, em um bairro com moradores cheios da grana.
Meus pais, nessa mudança toda, passando por perrengues emocionais, com uma certa dificuldade no início em lidar com tudo aquilo, continuaram sem desistir.
Passaram por um monte de coisa, porque eles sempre quiseram o melhor pra mim e pro meu irmão.
Pra gente ter nosso "berço de ouro" de uma boa educação, pra que a gente se tornasse adultos responsáveis e bem direcionados pra vida, com formação universitária.

A gente não nasceu com posse material. Mas a gente cresceu lapidando o ouro que dinheiro nenhum paga e que foi crescendo dentro da gente! Nosso berço foi fofinho, aconchegante e seguro. E esses foram nossos privilégios proporcionados por nossos pais.
Já parou pra pensar no seu berço?
Você se sente privilegiado?
Beijoca!
Lindo e gostoso texto.
Me remeteu a minha vida escolar.
Que saudades.
Sei bem o que é a vida do comerciante.
Simone,você não nasceu em berço de ouro, você nasceu em berço de DIAMANTE.
Quem você é atesta isso.
Beijos.