Oi! Tudo bem?
Espero que sim!
Sabe... a gente fala tanto em empatia, em ser humanizado, etc etc... mas a gente vê umas coisas que, às vezes, parecem assim ser tão no automático, tão robotizado, com tanta indiferença...
Eu via antes a indiferença como algo normal, que tudo bem ser indiferente às coisas, situações e pessoas mas bateu isso nesses últimos dias que eu já não sei mais se tá tudo bem me sentir assim, se realmente é normal.
Pode ser algo até comum, mas acho que foge um pouco da normalidade. Aí pra não falar nenhuma bobagem do tamanho de um bonde, eu procurei o significado da palavra indiferença no dicionário. E eis que achei isso, segundo o dicionário Oxford:
indiferença substantivo feminino 1. falta de interesse, de atenção, de cuidado, de consideração; descaso; desdém. "i. pela dor alheia" 2. estado de tranquilidade daquele que não se envolve com as situações; desprendimento. "via a morte com total i." 3. ausência de comoção ou interesse para com qualquer estímulo; apatia, ataraxia. 4. estado daquele que não se deixa conduzir por sentimentos arrebatadores como amor, ódio, raiva etc.; distanciamento, frieza.
Tirando o segundo item, os outros 3 me deixaram um tanto preocupada sabe. Não sei o quanto sou desprendida das coisas. Estado de tranquilidade? Nem sei o que é isso hahahaah Mentira, às vezes bate uma tranquis por aqui mas é breve... beeem breve.
Logo, o que me resta são os outros três significados de que eu não curti muito não. Muito louco isso, né?
No entanto, penso aqui por qual motivo acontece a indiferença como descaso, apatia, distanciamento e frieza.
Tá... vez ou outra, acho que tudo bem, mas quando isso se torna crônico, a meu ver, a indiferença mata aos poucos, todos os dias, o que a gente tem na nossa essência, no sentido de conviver em sociedade e principalmente com a gente mesmo.
Penso eu que quando a indiferença se instala na gente, tudo que tem de brilho, força e coragem vai diminuindo a cada dia. E aí vem o desânimo, a desmotivação, apatia pela própria vida e que tanto faz o que quer que aconteça. Nem as lágrimas que um dia foram fáceis de se deixar escorrer com naturalidade não surgem mais e vem aquela sensação de pia entupida de que nada escorre e que fica tudo entalado.
E pensando em uma analogia com a saúde, daí podem surgir diversas doenças, problemas com a tireoide, problemas cardíacos, pulmonares, estomacais, intestinais. A própria alergia a qualquer coisa desde alimentos a animais. Coisas que há um tempo não existiam mesmo achando que fazia tudo meio que certo no quesito alimentação, descanso, lazer...
Dores crônicas que se "instalam" e que a gente diz: nossa, não sei de onde surgiu isso!
Hoje, eu vejo que são os cultivos de uma vida que nos leva a tudo isso. Analisando o meu comportamento e o comportamento das pessoas que eu atendo, percebo que a desatenção da gente com a gente mesmo é algo de uma intensidade ímpar! E que, por mais que a gente diga: "TÔ NEM AÍ!" - até onde isso é verdadeiro dentro do nosso ser?
Não seria a FATURA da indiferença que chega nos dando um ultimato? Fatura com dizeres, não com números, algo do tipo: VAI MUDAR OU VAI FICAR ASSIM?
Mudar um comportamento de uma vida, de uma vez, é insano mas é possível. E dá pra começar pelo que é mais urgente e gritante! A partir daquilo que incomoda pra caralho e que é o ponto principal da nossa indiferença causadora de todo o tsunami de uma vida toda.
Requer, por vezes, uma terapia com psicólogos, uma terapia alternativa, meditação... aquilo que nos faz reconectar com a gente mesmo, com o que a gente tem de legal e que pela falta de cuidado e atenção, a gente simplesmente deixou de lado.
Fácil não, né? Pois é...
Bate uma insegurança, um medo de arriscar, de meter as caras, de botar pra quebrar...
Eita... pensa comigo... seria a indiferença uma falsa segurança? Um "status" de "sou foda porque eu não me apego a nada e nem ligo pra nada"? O ímpeto do fazer tá ali, mas se fosse foda mesmo, faria! Mas... "ligo pra nada mesmo, então foda-se". Hmmmm dói, né? Porque doeu aqui bagaray!
Que caraio... tô me sentindo uma cebola, cheia de camadas e sei que preciso me livrar de algumas delas. Você tá com essa sensação também? Tipo... adoro cebola, mas essa aqui seca, murcha e com as camadas enrugadas de tão grudadas... essa eu não tô curtindo não.
Até nas coisas simples como a escolha de alguma peça de roupa, na indiferença qualquer coisa serve, qualquer coisa tá boa, basta apenas não sair nu/nua de casa... mas lá no íntimo não é bem assim..
Mas será que qualquer coisa tá bom, mesmo? De verdade?
Acredito que dentro da gente existem compartimentos de tudo que é adjetivo que sejam relacionados a sentimentos e comportamentos, mas até que ponto a gente deixa uns tomarem mais espaço do que outros cabe a gente dar um chega pra lá quando em excesso.. só espero que a partir de agora eu, pelo menos, consiga compartimentar tudo (ou quase tudo) na medida certa.
Cabeça cheia de fumaça aqui...
Beijoca!
Yorumlar